Summary: | O campo da educação escolar no Brasil, sob a égide do momento e da governamentalidade neoliberal, apresenta elevado índice de abandono por jovens que cursam o ensino médio,como demonstrado, no ano de 2017, por organismos brasileiros – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira –, ou de organismos internacionais -Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Além desta questão, nos mesesfinais de 2015 e os iniciais de 2016 eclodiu o levante de alunos insatisfeitos com as escolhas depolíticas públicas para o campo educacional. Para enfrentar a sublevação dessas personagens produtoras de tensões no campo escolar, estâncias federais e estaduais reorganizaram aspráticas escolares a fim de acalmar os insurgentes. Para tanto, foram orquestradas mudanças,estampadas pelo discurso da reforma e da novidade, em que o exercício do diálogo e dademocracia foi propiciado por meio da participação em sites governamentais ou por pesquisasde opinião. No diálogo entre Michel Foucault e Gilles Deleuze em “Os intelectuais e o poder”,este afirma a tolice e a hipocrisia das reformas, sempre realizadas por outros que não aquelesa quem concernem; um modo de ser do poder instaurado em reprimir demandas, levantes esublevações que questionam a totalidade e a hierarquia desse poder: aqui, as atuais reformas educacionais que buscam deslegitimar discursos e tornar infames corpos que se chocam, inflamam, explodem o modelo escolar em vigência.
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