Summary: | Spa: As escolas, da forma como as encontramos hoje, foram ressignificadas a partir do pensamentofuncionalista que atribuiu a ela a função de socialização dos imaturos, de forma a garantir aigualdade de oportunidades reais na sociedade capitalista e dirimir os conflitos advindos com osurgimento das nações estados, ocupando ela o lugar de outras instituições que haviamfracassado em sua função social de regulação das relações entre as partes. Assim, o discurso deuma educação par todos se configura enquanto retórica para o agenciamento dos sujeitos,imprimindo neles marcas balizadoras das escolhas de vida, e o currículo tem papel de destaqueneste processo. Por meio das práticas curriculares (aqui entendido como toda ação educativa,intencional ou não, planejada ou espontânea, explicita ou oculta) a escola assumiu ares deredentora, aquela que seria capaz de salvar os homens da selvageria que os impedia de conviverpacífica e harmoniosamente. Ela (a escola) teria e tem o suposto poder de fazer dos homensseres melhores, mais decentes e mais “humanos”. Este trabalho buscou averiguar como as açõespedagógicas a que estão submetidos alunos da Educação Infantil, se configuram como ações desubjetivação na medida em que propõem uma estética do bem viver. Tivemos como aporteteórico os estudos pós-estruturalista, sobretudo no que toca os estudos de Foucault (1984; 1996;2009; 2010); Larrosa (1994) e Deleuze (1996). Em uma perspectiva qualitativa desenvolvemosuma cartografia social dos processos educativos vividos na educação infantil, em uma escola dacidade de Tianguá, Ceará, Brasil. Os achados da pesquisa indicam uma série de atividades quedesenvolvidas com as crianças, orientadas por pedagogias do eu que fomentam nos alunospráticas de ver-se, narrar-se e jugar-se, num processo de subjetivação em nome de uma estéticado bem viver.
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